Parábolas Bíblicas – A parábola das árvores

Jotão, que era filho de Jerubaal (Gideão), juiz em Israel. Após a morte de Jerubaal, Abimeleque, irmão de Jotão, começou a assassinar seus irmãos na tentativa de se tornar rei de Israel. Jotão conseguiu escapar da morte. Após sua fuga, junto aos cidadãos de Siquém, no monte Gerizim, citou esta parábola:

Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.

Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?

Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.

Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores?

Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós.

Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores?

Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós.

E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano.

Juízes 9, versículos 8 à 15

A parábola das árvores oferece diversas camadas de interpretação. Em primeiro lugar, ela destaca a importância crucial de escolher um líder adequado. As árvores frutíferas, com sua sabedoria e responsabilidade, representam líderes que compreendem o valor de seus papéis e não buscam o poder a qualquer custo. Em contrapartida, o espinheiro simboliza um governante egoísta e destrutivo, que busca o poder pela força e não tem interesse no bem comum.

A escolha de um líder inadequado, como demonstra a parábola, pode ter consequências devastadoras. A ascensão do espinheiro ao poder representa uma catástrofe iminente, trazendo destruição e sofrimento em vez de benefícios. Essa alegoria serve como um alerta sobre os perigos de escolher líderes que priorizam seus próprios interesses em detrimento do bem comum.

Além disso, a parábola enfatiza a importância de valores e princípios. As árvores frutíferas recusam a coroa porque valorizam seus dons e entendem que o poder não é um fim em si mesmo. Elas priorizam o bem comum e o cumprimento de suas funções. Essa atitude revela a importância de escolher líderes que compartilhem valores semelhantes e que estejam dispostos a servir ao bem de todos.

Por fim, a parábola também pode ser interpretada como uma crítica à natureza humana. Muitas vezes, buscamos líderes carismáticos e populistas, mesmo que estes não possuam as qualidades necessárias para governar. Essa tendência demonstra a complexidade da natureza humana e a facilidade com que podemos ser influenciados por discursos superficiais e promessas vazias.

A parábola das árvores continua relevante nos dias atuais. Ela nos convida a refletir sobre a importância de escolher líderes sérios, honestos e comprometidos com o bem comum. Além disso, nos alerta sobre os perigos de seguir líderes populistas e autoritários, que muitas vezes prometem soluções fáceis para problemas complexos, mas que, no final das contas, só trazem sofrimento e destruição.

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